Mundo DSE

Mentira – parte 1

Em primeiro lugar, mentira não é sinal de depravação e imoralidade como normalmente se diz (a não ser que o seja!). E segundo mentir é uma das coisas mais complicadas e difíceis de fazer, requer uma mente hábil, rápida e extremamente fértil, e o indivíduo tem que ter essencialmente uma ousadia para que não seja descoberto…

E no caso de ser descoberto saber não se abalar com os resultados de sua pequena “ação” e seguir como se nada houvesse acontecido ou mesmo fazer com seus efeitos não sejam prejudiciais a si.

   A mentira é própria do ser humano, ou você já ouviu por ai algum animal se gabando para outro em alguma conversa casual? O se humano tem a necessidade de mentir no momento em que se sente ameaçado seja por alguém ou por alguma situação, ou ainda quando se sente inferior por algum motivo e, mente para se auto-afirmar seja para outra pessoa ou apenas para alimentar seu ego.
   Você já ouviu a pergunta: Quem mente mais, o homem ou a mulher? Pois bem. Não há resposta para essa pergunta, pois a mentira é relativa a situações nas quais nos encontramos inseridos, não é genético ou mesmo psicológico (mas em alguns casos é sim psicológico e o indivíduo necessita de atenção profissional especializada). Quando mentimos para alimentar nosso ego, para nos satisfazer, diante de pessoas das quais nos sentimos inferiores ou coagidos psicologicamente estamos mentindo por uma boa causa por assim dizer, a mentira só se torna prejudicial quando nós passamos a tê-la como verdade e esquecemos ou bloqueamos a real situação com a qual temos ligação. Há pessoas que ao mentirem abraçam de tal forma a mentira que passam a vivê-la como se fosse realmente a sua vida real e com isso passam a se destruir progressivamente. A mentira vai se tornando uma bola de neve e vai aumentando e tomando todos os caminhos que permeiam a vida do indivíduo e tomam conta de todos os seus aspectos morais o qual passa a ser uma colagem de tudo que há a sua volta. Copia de todos com que tem contato os mínimos detalhes de personalidade, de movimentos do corpo e vai compondo um personagem que usa em todos os momentos de sua vida, um personagem em metamorfose, metamorfose ambulante.
   Mas por que a verdade é tão difícil de ser vivida? Talvez seja porque nos, nas nossas míseras vidas sociais, sentimos a necessidade de ser a todo o momento um super homem ou uma super mulher.
   Talento para enganar é sinal de inteligência – um fator de sucesso, tão útil como perspicácia, intuição ou criatividade. “O sucesso profissional de um executivo depende em 80% da sua inteligência social”, afirma Howard Gardner, psicólogo da Harvard School of Education. Também Peter Stiegnitz, um pesquisador da mentira em Viena (Áustria), pensa que os “carreiristas preferem trabalhar com jeito e charme ao invés de fazê-lo com aplicação e perseverança”.
   Mentira e engano estão nos nossos genes, foram e são o motor da evolução. Os biólogos presumem que o desenvolvimento do cérebro humano só foi possível por ter que lidar com enganos.
                                    
                                         Você quer que as pessoas digam a verdade?
   Os psicoterapeutas procuram ter, na relação com seus clientes, uma audiência não-punitiva. Isso significa ouvir e não julgar, ouvir e não criticar, ouvir e não punir. Tal contexto é que torna possível o relato do cliente sobre coisas que não seriam ditas nem para os bons amigos.
   Como foi afirmado anteriormente, pode-se mentir para ter acesso a alguma vantagem ou evitar “mal maior”. Assim sendo, as pessoas têm maior probabilidade de dizer a verdade diante de contextos em que o que elas dizem não é julgado, não é criticado, nem punido. Se um pai pune o filho quando ele relata que assistiu TV quando deveria estudar, é importante observar que ele puniu o comportamento do filho ter feito o que não devia, mas, puniu principalmente o comportamento de dizer a verdade. Pense, após ter sido punido por dizer a verdade, você a diria novamente?
   É claro que nem sempre se pode aceitar a verdade sem que algum tipo de sanção seja administrado. Mas, se todo relato de alguém sobre o que fez ou como agiu diante de uma situação passa a ser criticado, julgado ou o relato passa a ser motivo para uma discussão, é provável que esse relato não ocorra mais ou que passe a ser um relato que apresente algo diferente do que ocorreu. Isso vale para qualquer relação interpessoal. Um amigo continuará dizendo a verdade sobre o que pensa sobre você se ele sentir-se ouvido. Por isso, dar espaço para as pessoas dizerem o que pensam relatarem o que fizeram é um bom caminho seja para um pai ou uma esposa continuar ouvindo a verdade.
   Outra forma de aumentar a probabilidade do dizer a verdade em crianças ou adultos é valorizar, enaltecer e gratificar os momentos em que a verdade é dita. No caso das crianças, pode-se ensiná-las a dizer a verdade, expondo-as a algumas situações em que sejam acompanhadas e solicitando que elas relatem o que experienciaram. Elogiar, enaltecer e gratificar relatos mais próximos da experiência estabelece condição para a aprendizagem do “dizer a verdade”.

Editor

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