Os pesquisadores conduziram uma versão dos experimentos de obediência criados por Stanley Milgram, no qual as pessoas tinham que dar choques em pacientes a pedido de médicos, sabendo que esses pacientes podiam até morrer.
Nesse tipo de experimento, os participantes descobrem mais tarde que as pessoas que eles “mataram” eram atores. Geralmente, um número surpreendente de participantes considerados “bons” “matam” outras pessoas, só porque receberam tal ordem.
Ao refazer esse experimento, os pesquisadores encontraram evidências de que as pessoas “agradáveis” muitas vezes optam por fazer coisas destrutivas porque não querem incomodar ninguém discordando de ordens diretas.
De acordo com o resultado final do novo estudo, pessoas mais sociais foram as que cumpriram a vontade do experimentador e deram choques elétricos que acreditavam que poderiam prejudicar uma pessoa inocente. Por outro lado, as pessoas com personalidades mais contrárias e menos agradáveis foram mais propensas a recusar-se a ferir outras pessoas quando requisitado.
Uma das razões pelas quais os pesquisadores queriam estudar os efeitos dos traços de personalidade “sociabilidade” e “consciência” é porque alguns estudiosos atribuem essas características a Adolph Eichmann, principal “executor-chefe” do holocausto alemão contra os judeus.
Os cientistas queriam descobrir que traços de personalidade e características podiam ajudar a identificar pessoas que escolheriam caminhos mais benignos quando colocadas sob pressão social, em vez de se conformar com o comportamento prejudicial.
Os pesquisadores afirmam que nada impede que essas pessoas tenham traços como sociabilidade e consciência – nem todo mundo que se encaixa nesses grupos irá com certeza se conformar a uma situação e prejudicar os outros por causa disso. De acordo com os cientistas, o que realmente impulsiona as pessoas a desobedecer ordens é a sua vontade de nadar contra a corrente e causar um pouco de atrito – o que acabou sendo positivo no cenário estudado.
A ironia é que personalidades normalmente vistas como antissociais, ou desagradáveis (talvez por serem “do contra”) podem na verdade estar ligadas ao comportamento “pró-social”.
Fontes: io9, PsychologyToday, Hiperciencia.
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