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Os 8 Mitos do Preconceito Linguístico

Eu estava lendo este livro (Preconceito Linguístico: O que é, como se faz – Marcos Bagno) que a capa está acima para fazer um trabalho da faculdade, mas quando li achei muito interessante. Então resolvi postar o resumo dos 8 mitos que cercam a nossa língua portuguesa aqui no Brasil.

 Mito n° 1: “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”

Segundo o autor, esse é o mais sério mito pois é muito forte sua aceitação que até mesmo intelectuais de renome aceitam essa ideia. O problema dessa afirmação é que ela acaba com a inegável variedade linguística brasileira e exclui qualquer pessoa qua não fale no modo dessa “unidade” que nuca existiu. Até parece que no Brasil, um país de mais de 190 milhões de pessoas e o 5º maior em extensão territorial do planeta, todos falamos da mesma forma!?
Mito n° 2: “Brasileiro não sabe português /Só em Portugal se fala bem português”
 Esse mito está relacionado a uma visão com complexo de inferioridade de um país colonizado por outro mais antigo e “civilizado”. É claro que o brasileiro sabe português, o problema é que o português de portugal e o português brasileiro são diferentes. Não é a toa que existem duas gramáticas que diferenciam essa variedade da língua (a portuguesa e a brasileira). E também os portugueses tem falas que fogem a sua própria regra (o que é comum em todas as línguas).
Mito n° 3: “Português é muito difícil”
É claro que o português não é difícil pois crianças de 5 anos (conheço de até de 2) já conseguem falar português. A dificuldade está no estudo da gramática que, por ser baseada na de Portugal, é diferente da nossa língua falada. É o caso da mesóclise que todos aprendem na escola, mas na hora de falar nem a norma culta a utiliza (norma culta é aquela que é utilizada por pessoas que tenham nível superior).
Mito n° 4: “As pessoas sem instrução falam tudo errado”
Um grande exemplo que o autor cita para refultar essa ideia, é o fato de que uma característica das pessoas “sem instrução” falam é trocar o “L” pelo “R”. Exemplo: chicrete, praca, broco, pranta. Estudando cientificamen­te a questão, é fácil descobrir que não estamos diante de um traço de “atraso mental” dos falantes “ignorantes” do português, mas simplesmente de um fenômeno fonético que contribuiu para a formação da própria lín­gua portuguesa padrão. As origens de algumas palavras que eram com “L” em sua origem e depois ficaram com “R”como por exemplo: branco (blank), brando (blandu), cravo (clavu), etc. E o que falar de Luís de Camões que escreveu ingrês, pubricar, pranta, frauta, frecha na obra Os Lusíadas!?
Mito n°5: “O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão”
Este mito, que eu não conhecia, se deve ao fato de que muitas pessoas no Maranhão utilizam o “tu” junto com os verbos em sua flexão clássica: : tu vais, tu queres, tu dizes, etc. Porém no Maranhão também é comum o uso de expressões como: Esse é um bom livro para ti ler, em vez da forma “correta”, Esse é um bom livro para tu leres.
Mito n° 6:   O certo é falar assim porque se escreve assim”
Outra forma de preconceito que não tem muito fundamento pois em nenhuma língua do mundo se fala do jeito que se escreve ou se escreve do jeito que se fala. Até porque a escrita surgiu para tentar representar a fala. Mas é perceptível que em línguas como o inglês e o francês é, praticamente, impossível, mesmo em sua própria gráfia, reproduzir todos os sons das palavras na escrita.
Mito n° 7: ” É preciso saber gramática para falar e escrever bem”
Uma crítica que o autor faz para justificar essa afirmativa (mas não deixa de ser verdade) é que os grandes gramáticos não são bons escritores e vice-versa. Exemplos: Rubem Braga, Carlos Drummond de Andrade e Machado de Assis admitem ter dificuldade na língua.  
Mito n°8:  “O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social”
O autor também faz uma crítica ao fato de que se isso fosse verdade, os professores de português ocupariam o topo da pirâmide social, econômica e política do país. E em contra-partida um fazendeiro que não estudou muito e tem inúmeras terras ou cabeças de gado tem um poder político e econômico considerável.
Em todos estes mitos o autor defende a ideia que esse preconceito está mais ligado as questões sociais e regionais do país. Fica aí a dica: Cuidado para não discriminar alguém por sua fala pois ninguém fala errado, apenas diferente da norma padrão!

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